quarta-feira, 6 de abril de 2011

Tente convencer(-te) Carmem.

Alguns meses atrás:

_ Tenho raiva de homens! (desviou o olhar)
_ Engraçado, minha piscicóloga me disse o mesmo... tenho raiva das mulheres! Ah, ninguém sabe que eu já fiz terapia, então fica de bico calado viu?

Carmem podia agora falar que tinha raiva dos homens. Finalmente lhe foi dada um argumento a altura de sua vontade incontralável de traí-los. Ah, muito melhor isso do que o diagnóstico de baixa estima, medo de rejeição, ou coisas que acabam com a saúde da mulher. Apesar de que se Carmem raciocinar bem, uma coisa leva a outra que leva a outra e assim por diante. Tsc. Encheu a boca de cerveja, pra não fazer todas essas ligações óbvias. Sua psicóloga apesar de nova, e taurina, deu-lhe a melhor muleta de todos os tempos. Bastasse manter essa raiva no coração, e pronto. Poderia então, experimentar sempre, do bom e do melhor.

...

Alguns dias atrás:
_ Sabe um dia, que nós conversamos, que te contei que tinha raiva das mulheres?
_ Sim! (como ela poderia esquecer!)
_ Eu menti.
_ Você mentiu? Por que fez isso?
_ Queria criar uma identificação com você.

Claro que Carmem, com os pés juntos e olhos indignados, tentou provar a ele, que isso não era necessário. Que tinha dito isso com muita verdade no coração. Que jamais precisaria inventar algo assim, para que se criasse uma identificação entre eles. Pediram mais cerveja, porque agora o papo tinha ficado muito sério. Ela teve que recontar todas as vezes que o quis com muita paixão, e que pela raiva e o medo da entrega, de todos os lados que se pudesse imaginar, nunca havia feito. Ele escutava sempre em silêncio, e quando falava, olhava nos olhos.
Nesse dia, Carmem ganhou uma rosa vermelha, seu primeiro presente, depois de 4 anos. Ganhou também uma dúvida: "em qual das mentiras, devo acreditar?"

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